Karsten Nordal Hauken, que se classifica como feminista e anti-racista, foi violentado há cinco anos. Em um artigo publicado no site da emissora de TV estatal norueguesa NRK, Hauken diz que se tornou depressivo e viciado em drogas após o incidente. Apesar disso, ele alega ter se sentido mal quando soube que seu agressor seria deportado para a Somália, mesmo depois de ter cumprido uma pena de quatro anos de prisão pelo crime. Hauken também diz que decidiu escrever sobre o abuso que sofreu:
“Chorei quando sentei no meu carro”, afirma ele, ao se lembrar do dia em que soube da notícia da deportação.
“Primeiramente, senti um misto de alívio e felicidade ao saber que ele estava indo embora para sempre. O governo norueguês estava agindo de maneira vingativa, como um pai que confronta o estuprador de seu filho”, conta.
“Me senti muito culpado e responsável pelo que estava acontecendo. Era a razão pela qual ele não permaneceria na Noruega, mas enfrentaria um futuro incerto na Somália”.
“Ele já tinha cumprido a pena na prisão. Por que ele deveria ser punido de novo? E desta vez de forma mais dura?”, questiona Hauken no artigo.
Hauken diz que o pior efeito do estupro foi que ele “perdeu muito tempo” para a “depressão e para a maconha”.
“É assustador e um tabu falar sobre a vida emocional de um homem”, escreveu ele.
“Sinto como se tivesse sido esquecido e ignorado. Mas não me atrevo a falar sobre isso. Tenho medo de ataques de todos os lados”, acrescentou.
“Tenho medo de que nenhuma mulher vá me querer e que outros homens vão rir de mim. Medo de que eu serei taxado de anti-feminista quando digo que homens jovens que estão passando por um momento difícil precisam de mais atenção”.
“Meninos e homens devem aprender que é normal falar sobre seus sentimentos. Meninos e homens estão sendo ignorados. Para mim, o resultado foram anos de depressão, vício, solidão e isolamento”.
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